terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lançamento do Livro, Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte


No dia 19 de Janeiro pelas 16h e 30m no auditório da Escola Superior de Angra do Heroísmo foi lançado o livro intitulado Cuidados Paliativos: Confrontar a Morte, da autoria da enfermeira Sandra Martins Pereira, docente da mesma escola e que desenvolveu este trabalho a partir da sua tese de doutoramento em Bioética.
A obra reúne em 175 páginas especificidades em relação ao doente e sua família e os dilemas éticos com os quais médicos e enfermeiros podem ser confrontados no dia-a-dia da sua actividade profissional, entre outras matérias de interesse na área da medicina.
A apresentação mereceu vários comentários de ilustreis convidados e um dos quais mereceu a minha atenção, que foi o comentário do professor e docente orientador, António Fonseca, da pela Universidade Católica, também autor do prefácio do mesmo livro.
Referiu que costumava perguntar a todos os que editavam livros, qual a razão deste ou daquele livro. Porque segundo o mesmo, só fazia sentido editar porque existe leitores que o vão ler, contrariamente não faz sentido editar.
Mas que neste caso o livro surge num contexto de necessidade para quem procura uma informação mais detalhada sobre Cuidados Paliativos, informação essa que não vem na Wikipédia ou em blogues ou mesmo num qualquer motor de busca da internet.
Outro aspecto importante foi o facto de referir que antigamente editava-se poucos livros e quem editava, era como se estivesse num “panteão”, hoje existe pessoas que até nem sabem escrever nem ler e editam livros, como por exemplo: jogadores de futebol, artistas, etc. Isso só é possível porque existe alguém que escreve por essas pessoas. No caso da Enfermeira Sandra, a própria escreveu e editou.
Ainda referiu que todos buscam qualidade de vida em todas as fases da vida e nesta fase da vida quando a pessoa perde controle e sente necessidade de ver todos os factores que contribuem para essa qualidade serem satisfeitos, este livro contem a informação que vai de encontro ás questões colocadas nesse âmbito. Por essa razão, a leitura deste livro é necessária a todos os profissionais que estão ligados aos Cuidados Paliativos dando um contributo importante nesta área.
Desde já o merecido agradecimento á Enfermeira Sandra por tão importante contributo nesta nossa caminhada do saber em Cuidados Paliativos.


                            Pedro Fins, aluno da PGCP da ESEAH-UAC

sábado, 22 de janeiro de 2011

Reflexão




Livro "Sinto Muito" de Nuno Lobo Antunes


Ao findar a leitura deste livro, as minhas primeiras palavras caracterizam-no como sendo um livro imperdível, humano, grandioso e literariamente espantoso.
Nuno Lobo Antunes é médico Neuro-Oncologista Pediátrico, que passou muito tempo a exercer a sua profissão nos Estados Unidos e que agora, em Portugal, se dedica, no campo da neurologia, às doenças associadas ao deficit de atenção (autismo, síndrome de Asperger, entre outras). Há, no médico, um desejo de ser santo, de ser maior. Mas, na sua memória transporta olhares, sons, cheiros e tudo o que o lembra de ser menor e imperfeito.
"Sinto Muito" fala-nos sobre o sofrimento em geral onde entristece o coração mas recompensa-o grandiosamente, tornando-o mais leve e melhor. O autor conta-nos que este é um livro de memórias e confissões; confissões de quem agradece, de corpo e alma, a todos os doentes o quanto lhe ensinaram, deixando que o seu coração se prenuncie, libertando a sua voz e que seja conhecida a sua humanidade. E, na verdade, a alma fala. "Sinto Muito contém a ambiguidade de quem fez o que pôde, e como tal se iliba do que a mais se devia obrigar" ANTUNES, António Lobo (2008:15)
Os temas que o autor trata são temas complexos e sensíveis e que muitas vezes a sociedade tende a distanciar-se – crianças e doenças terminais. São, por natureza, quase incompatíveis, porque quando pensamos em crianças associamos a alegria, risos, inocência, mas quando a doença surge neste ciclo de vida ela "corta" uma vida por viver, estando rodeada do sofrimento das próprios crianças e de todo o sofrimento e inquietudes da família envolvente.
Todos os relatos das suas vivências transmitem-nos uma grande dimensão emocional e humana e a impotência que o médico tem num caso de perda ou de um diagnóstico condenatório. É a sua relação com os doentes e seus familiares e o seu grau de intimidade e envolvência com a dor do outro, que também é a sua, que impressiona e nos sensibiliza nas pequenas crónicas do livro.
Ao ler o livro, senti em cada palavra do autor, a intensidade das palavras impressas nas suas histórias com força, beleza e sensibilidade. Uma escrita, simples e com verdadeiros momentos de poesia, em que o autor tenta desdramatizar a gravidade do que é contado, retirando coragem e apaziguamento das suas vivências, afirmando que "Não nos lamentaremos, antes iremos encontrar força no que para trás ficou". ANTUNES, Nuno Lobo (2008:12)
Como enfermeira, lido diariamente com doentes em que a doença "mata" a cada dia que passa um pouco da personalidade do outro/família, visto que acarreta medos, insegurança, fragilidade, inquietudes, receios, muitas vezes incontroláveis…! Revejo-me em muitos momentos deste livro, questionando-me, e para muitos pode parecer um questão bizarra, porque é que aprendemos e crescemos com o sofrimento das pessoas que quem cuidamos?
Cuido de pessoas iguais a mim, seres humanos com valores, sentimentos, com direitos, dignidade, desejos, ambições. São todas essas personalidades diferentes, sofridas, vividas que me transmitem muito sobre a vida! Aprendo a dar mais valor às pequenas coisas, reflectindo mais sobre o meu modo de viver o dia-a-dia, as prioridades, a relação com os outros e a toda a dignidade humana, que nós como profissionais de saúde mas acima de tudo como seres humanos devemos respeitar! Nem sempre mergulhamos nos bons momentos, mas também no caos dramático que a nossa profissão presencia e acarreta, dando uma forma ou razão, oferecendo-nos socorro quando nada parece possível. Muita da nossa força provém da coragem manifestada pelos doentes e, em particular, pelas famílias confrontadas pela crueldade do seu destino! Muitas vezes, a pessoa doente vê em nós o seu "porto de abrigo", necessitando apenas de um abraço, de uma palavra amiga, de um obrigado ou, mesmo até, de partilhar um momento de silêncio.
Como aluna do Curso de Pós – Graduação em Cuidados Paliativos, deparo-me com a riqueza de conhecimentos científicos, experiências, e com a grande importância e relevo que esta área tem na nossa sociedade, visto que cada dia que passa deparamo-nos com crianças, jovens, adultos e idosos afectados por doenças graves, incuráveis e progressivas que afectam a sua qualidade de vida.
Revejo a filosofia dos Cuidados Paliativos nesta obra por mim lida. Neste livro, o médico e o doente são um só. Os cuidados são centrados no doente, dando ênfase a uma visão holística que, todos nós, profissionais de saúde, devemos integrar no nosso dia-a-dia, aquando o cuidar do outro. Temos de considerar a pessoa doente na sua integralidade, pois só assim é possível promover o seu bem-estar, conforto, qualidade de vida e dignidade da pessoa doente.
Ao ler este livro pensamos: Porque é que todos os profissionais de saúde não agem deste modo? Do modo como António Lobo Antunes vê, saboreia e vive a vida, cuidando dos que precisam de nós? Do modo como todos os cuidados de saúde deviam ser sentidos por aqueles que o prestam?
Convivemos diariamente com o desgosto, a dor, a impotência e fragilidade dos nossos actos mas (só) assim temos o privilégio de conhecer a Humanidade em toda a sua essência, no seu melhor, na coragem, mas sobretudo no Amor. O autor realça esta ideia dizendo " (…) ao anunciar-se uma má noticia há a obrigação ética e moral de uma completa disponibilidade para dar apoio técnico, mas também o conforto emocional de que a família necessita (…) Quantas vezes me interroguei sobre o falhanço dessa ligação, sobre a melhor maneira de comunicar, com verdade, o desmoronar de um sonho, a derrocada da fantasia, a morte por tempo incerto da alegria de viver. Não há maneiras boas de dizer coisas más, mas há maneiras melhores que outras. (…) Fui muitas vezes obrigado a anunciar, pelo telefone a altas horas da madrugada, a morte de alguém (…) ouvia um grito (…) e a que invariavelmente se seguia. Obrigado. Porquê? A não ser por cumprir o desejo profissional de mergulhar na noite, ligado pelo misterioso elo de dor e simpatia a quem não conhecia, não iria conhecer, e com quem partilhava talvez o momento mais dramático da sua vida. A voz da tragédia era simultaneamente a única a quem naquele momento se podia também sentir o calor da fraternidade, da empatia, da humanidade. Obrigado doutor. Obrigado a si por não ter apontado o falhanço da cura, responsabilizado pelo derrubar da esperança, odiado por trazer, pegada a mim, a má notícia. Doutor, partilhamos ambos o desespero da impotência, por isso lhe agradeço." ANTUNES, António Lobo (2008: 41,42)
Este livro vem enriquecer, ainda mais, a pessoa e profissional de saúde que sou, visto que relata muitas experiências por mim identificadas e que me fazem reflectir muito sobre o processo de cuidar! Todos nós podemos cuidar, mas nem todos sabem fazê-lo.
Qualquer enfermeiro, médico, profissional de saúde e todas as outras pessoas que tenham tido experiências semelhantes vão-se reconhecer neste livro, confrontando-se com todas as imagens reflectidas no espelho da vida humana.
É preciso afirmar aquilo que se acredita. É preciso usar as grandes palavras sem ter medo de as professar: fé, amor, vergonha, coragem e nunca redimir nada do que sentimos, pois só assim, e mais do que e nossa própria razão, seremos verdadeiros connosco próprios e com aqueles que nos ensinam a viver…. Os doentes de quem cuidamos.
"O amor como razão de ser e de viver…. E sem pudor dos afectos, confessar que sinto muito". ANTUNES, Nuno Lobo (2008:247)

Angra do Heroísmo, 21 de Janeiro de 2011

Lara Ávila (Enfermeira, Hospital de Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E – Aluna PGCP ESEnfAH-UAç)

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

À conversa sobre Cuidados Paliativos

“ À conversa sobre Cuidados Paliativos. O que fazer quando dizem. Já não há mais nada a fazer”, foi estratégia da turma da Pós Graduação de Cuidados Paliativos (PGCP) para desenvolver uma acção que envolvesse a população em geral, no sentido de a sensibilizar para esta temática.

Foi, desde logo, preocupação do grupo envolvido responder às questões que fazem parte de qualquer planeamento, quer institucional quer de formação de qualquer área de intervenção, são elas:”O que fazer?”; “.Porquê?” ; ”Quando?” ; ”Como?” ; “Onde?” e “Quem?”.

O planear é uma das funções e, por sinal a primeira, para a execução de qualquer processo sistemático e organizado de forma a se desenvolver algo, o que implica sempre o desenvolvimento de um programa para se realizar objectivos e metas sendo imprescindível conhecer-se a temática e as necessidades da acção.

Nesta base, citamos Leitão e Frederico (1999:64).” O planeamento pode ser definido como a predeterminação de um curso de acções destinadas a chegar a um resultado desejado”.

Para tal, o grupo de formandos da PGCP, na sequência da aprendizagem da mesma, considerou pertinente elucidar a população em geral para aquela problemática.

Assim, organizou uma tertúlia com a presença de 34 pessoas, no dia 4 de Janeiro de 2011, pelas 20:30, com a duração de aproximadamente 3 horas, no Terceira Mar Hotel que acolheu o projecto, desde a primeira hora da sua planificação, proporcionando um ambiente agradável e acolhedor para o efeito.

A Sessão constou de um capítulo teórico para uma melhor visualização e enquadramento da temática, apresentado pelos elementos da turma, em power point, utilizando um método expositivo.

Seguiu-se a apresentação de um excerto do Filme:” A minha vida sem mim “ do realizadora Isabel Coixet  que veio preencher um momento de reflexão, considerada absolutamente necessária para a discussão que estava programada e se iria iniciar, com o objectivo de fazer da “conversa” uma troca de experiências dos participantes que, na sua maioria eram Profissionais de Saúde que prestigiaram com a sua presença e companhia. As suas pertinentes intervenções, opiniões e, até mesmo, vivências pessoais complementaram com certeza os conteúdos apresentados.

De referir a presença da Dr.ª Teresa Flor de Lima que, com a sua sabedoria, profissionalismo e experiência na área, foi uma mais-valia, contribuindo também, para que o evento fosse um êxito.
Com uma ligeira componente de investigação e para o grupo de trabalho possuir dados concretos e fidedignos dos participantes para tratar os dados, propôs-se aos mesmos, de uma forma livre de obrigatoriedade salvaguardando-se o anonimato durante e após a sua realização, um inquérito no início e outro no final da sessão.
O primeiro inquérito constava de duas questões: Que entende por Cuidados Paliativos?
                                                                               A que associa Cuidados Paliativos?
(Concretamente pedia-se para referirem 3 expressões ou palavras).
Com o intuito de se fazer uma avaliação dos conteúdos assim como do grau de esclarecimento da própria sessão, foi aplicado o segundo inquérito no final.


No final, num ambiente familiar mas sempre conscientes da vertente científica, a todos os participantes foi entregue um certificado de presença, assinado pela coordenadora do referido curso, Dr.ª Sandra Pereira.
Foi com enorme satisfação que o grupo de formandos da PGCP avaliou de forma positiva, aceitando o desafio que emergiu da Tertúlia: Organizar eventos futuros nessa área.



                                                          Os alunos da PGCP da ESEAH-UAC

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Lançamento do Livro: Cuidados Paliativos-Confrontar a morte

Comentário do livro:

     Cuidados Paliativos – Confrontar a morte.

Autora: Sandra Martins Pereira


Parabéns Enf.ª Sandra!

Que orgulho!

Que honra para nós, turma da Pós Graduação de Cuidados Paliativos, podermos, em primeira mão, receber o seu primeiro livro devidamente assinado, com direito a dedicatória personalizada a cada um de nós, ainda antes de ser apresentado ao grande público.
O lançamento do livro no dia 19 do corrente mês será a consumação deste trabalho, deveras importante para enriquecer os Cuidados Paliativos e servir como guia na aprendizagem, dos que estão a dar os primeiros passos nesta área tão, “aparentemente” fácil para uns que até a desconhecem ou a ignoram, mas tão complexa e sensível para outros que a pretendem aprofundar.
Ao ler o livro, logo o classifiquei, pessoalmente, como “ o meu livro de algibeira” nos próximos tempos. Trazê-lo comigo, certamente, ajudar-me-à a sentir segurança e apoio, para recorrer e folheá-lo sempre que alguma dúvida me surgir.
De muito fácil leitura revestido de uma imensa bibliografia da área, que ao consultá-lo abrirnos-á um leque de obras de referência, regional, nacional e internacional.
Apesar de se tratar de um livro pequeno e simples mas grande e complexo na sua cientificidade, a panóplia de obras referenciadas pela autora, lhe dará esse carisma e credibilidade.
A compilação de conceitos, definições e variadas respostas, por parte das equipas dos serviços de saúde, ao sofrimento quer da pessoa com doença incurável ou em fase terminal de vida, não esquecendo os seus familiares nele referido, ajudará ou servirá de suporte aos profissionais de saúde e a todos os que, de uma forma ou de outra convivem com familiares amigos ou conhecidos nessas situações.
A mim, como já referi, ajudará neste processo de aprendizagem, no âmbito da PGCP que, ainda agora comecei.
 A todos recomendo como um “manual de consulta obrigatória” para quem quer aprender mais e/ou consolidar conhecimentos em Cuidados Paliativos.



                                   Helena Gouveia, aluna do curso PGCP da ESEAH-UAC

domingo, 16 de janeiro de 2011

I Encontro Cuidados Paliativos – Açores 2010



Núcleo Regional
Açores

No passado mês de Dezembro, o Núcleo Regional Açores da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, na pessoa que o representa - Dra. Teresa Flor de Lima -, organizou o “I Encontro de Cuidados Paliativos – Filosofia dos Cuidados Paliativos”. Este encontro decorreu no anfiteatro 2 do Complexo Científico da Universidade dos Açores, dirigindo-se a todos os profissionais de saúde ou pessoas que manifestem interesse pelo tema.

Foram convidados neste encontro duas figuras de renome nacional e internacional: o Enfermeiro Manuel Luís Capelas e o Professor Doutor José Carlos Bermejo.
José Carlos Bermejo é uma das principais personalidades no campo da Relação de Ajuda em Espanha, é religioso Camilo e dirige o Centro de Humanización de la Salud en Tres Cantos em Madrid, instituição onde se prestam cuidados paliativos a doentes terminais. Este centro é considerado de vanguarda no país, assim como uma referência internacional. Professor em várias universidades pelo mundo, José Carlos Bermejo é autor de mais de 30 livros publicados no campo da relação de ajuda, cuidados paliativos, luto, dor... e, por último e não menos importante, um excelente orador.
Manuel Luís Capelas é enfermeiro e detém uma pós-graduação e mestrado em cuidados paliativos, sendo doutorando no Instituto de Ciências da Salde da Universidade Católica Portuguesa. É docente nesta instituição e colaborador em várias universidades do país; é ainda membro de diversas associações de Cuidados Paliativos nacionais e internacionais e possui uma capacidade oradora hipnotizante.


“O que são Cuidados Paliativos” – José Carlos Bermejo

O programa foi iniciado com a conferência de José Carlos Bermejo sobre “O que são Cuidados Paliativos”. Cuidados paliativos são prestados a pessoas com doença avançada, incurável e progressiva, em estado avançado, visando o alívio do sofrimento, a promoção da dignidade e da qualidade de vida .
A morte é sempre digna, por ser uma condição humana; as condições para morrer é que nem sempre são dignas, existindo mesmo uma diferenciação entre dor e sofrimento em que é seguramente mais fácil eliminar o primeiro.
Os cuidados paliativos são uma resposta mais humana perante o fim de vida, embora não se dirijam, somente à fase final da vida, nem tão pouco em fase agónica, podendo ser introduzidos em fases mais precoces da evolução das doentes, a par de medidas com intenção curativa. Este tipo de cuidados deve ser sempre assegurado por uma equipa multiprofissional, que desenvolva um trabalho de cariz interdisciplinar.
Dos inúmeros instrumentos básicos foram enunciados destacamos: o controlo da dor; o apoio emocional à pessoa doente e família; as mudanças organizacionais resultantes do trabalho em equipa e manifestando-se por pequenas grandes coisas tais como colocar objectos pessoais, ajuste de dietas ao gosto pessoal, estratégias para ajudar no impacto emocional da equipa; a concepção de terapêutica activa; a importância do ambiente (acolher não só o utente como a família, flexibilidade de horários).
Todos estes instrumentos têm como objectivo, e parafraseando San Camillo, cuidar como uma mãe cuida o seu único filho.

 
“Como organizar Cuidados Paliativos”- Manuel Luís Capelas

Num segundo momento de partilha, o professor Manuel Luís Capelas falou-nos na organização de um serviço de Cuidados Paliativos. A prática requer organização própria e específica, prestada por equipas técnicas preparadas para o efeito.

Motivação não basta!

Pode-se enunciar como possível primeiro passo o envolvimento e compromisso institucional, identificando claramente o que depende de nós e, por outro lado, identificando o que depende dos outros.
 Como segundo passo, há que fazer uma escolha criteriosa de um modelo, valorizar sempre o tratamento global e activo da pessoa doente por uma equipa multidisciplinar, quando não há possibilidade de cura e cujo objectivo principal do tratamento não será prolongar a vida.
Outro passo passaria por uma Autoavaliação; nesta cruzar-se-iam variáveis como pontos forte, pontos fracos, oportunidades e ameaças, não descurando tanto o ambiente externo como o interno e o que se traduziu em favorável e desfavorável.
O quarto passo é a Estimativa das necessidades: local de morte e uso de recursos nos últimos meses de vida; aspectos sociais, económicos e culturais; necessidades clínicas; uso e abuso de recursos; perspectivas profissionais; desejos das pessoas doentes e famílias; tipologia das pessoas doentes.
  O quinto passo será a Escolha de Recursos, diferenciação de recursos, recursos específicos e rede de articulação; neste ponto atende-se à complexidade estrutural das equipas e actividades: Unidade de Cuidados Paliativos; Unidade Hospice; Equipa de Suporte Intra-hospitalar; Equipa de Cuidados Paliativos Domiciliários; Equipa de Voluntários (Voluntear Hospice Team) e Hospital de Dia.
O passo apontado de seguida foi a Formação ressalvando que, para além de ser uma constante, sem formação específica adequada não é possível a prática deste tipo de cuidados.
O sétimo passo refere-se os Fármacos e a toda a especificidade que os envolve.
O passo seguinte será o Modelo de Abordagem que trata o domínio das necessidades e problemas em cuidados paliativos.
O nono passo é a Antecipação, relativamente a dificuldades e ameaças que poderão surgir, nomeadamente o deficiente financiamento, o risco de Burnout, o excesso de necessidades e consequente aumento da procura, o desequilíbrio entre cuidados, a necessidade de formação, investigação e instituição e, também, a possibilidade de desagregação de equipa e banalização de cultura curativa.
 Como último passo, e não menos importante, será o Desenvolvimento que terá de ser uma constante. Será parte constituinte desde o projecto inicial, a operacionalização, a consolidação e, numa última fase, a estabilidade avançada.


Workshops

Após o almoço, tivemos dois momentos que, embora distintos, se complementaram: Workshop 1 “Comunicação em Cuidados Paliativos” por José Carlos Bermejo e Workshop 2 “Trabalho em Equipa” por Manuel Luís Capelas. Ambos os momentos foram de intensa interacção entre os participantes e os convidados, contribuindo, deste modo, para um enriquecimento de quem partilhou este momento de aprendizagem com tão ilustres convidados.





E, para finalizar:

Acreditamos que iniciativas como esta são essenciais, dado que reúnem uma componente de aprendizagem e de partilha que, conjuntamente, contribuem para que os Cuidados Paliativos sejam, cada vez mais, percepcionados como uma necessidade real que existe.
Tendo noção que a nível nacional e internacional muito há a fazer, os Açores não poderiam ser excepção e seguem esta tendência. Partindo do princípio que muitas acções paliativas são praticadas, esperamos que se desenvolvam equipas diferenciadas, inseridas numa rede de cuidados da qual todos nos possamos orgulhar.
Aguardamos pelo II Encontro de Cuidados Paliativos e que este seja também o reflexo de trabalho que tenha sido desenvolvido durante este ano.


                             
                       Patrícia Ferreira, aluna no Curso PGCP na ESEnfAH-UAC

sábado, 15 de janeiro de 2011

Fundamentos de Cuidados Paliativos


“Aos profissionais de saúde, falta-lhes muitas vezes o tempo, mas sobra-lhes quase sempre o medo. O medo da própria morte; o medo da agonia reflectida nos olhos de quem está moribundo; o medo da nossa própria fragilidade perante o sofrimento do outro, da sensação de impotência e incapacidade para prestar ajuda, quer ao doente em fim de vida, quer à família que o rodeia”. (Pereira, 2008:169).
Nós, enquanto enfermeiros, no nosso percurso profissional, acompanhamos os utentes ao longo do ciclo de vida, prestando cuidados quer para a cura, quer para a promoção de um fim de vida com dignidade, tranquilidade, sem dor, sem sofrimento, junto dos seus familiares. Sendo assim, surge a necessidade dos profissionais de saúde realizarem uma abordagem global e holística do utente, visando sempre o seu bem-estar, a sua qualidade de vida, o seu conforto, encarando, ao mesmo tempo, a morte como um processo intrínseco à própria vida.
Segundo o Programa Nacional de Cuidados Paliativos (DGS, 2005), a cultura dominante da sociedade tem considerado a cura da doença como o principal objectivo dos serviços de saúde. A incapacidade de oferecer uma resposta terapêutica e a realidade de que todos nós iremos morrer apresentam-se perante os profissionais de saúde, habitualmente, como um fracasso da sua actuação enquanto prestadores de cuidados, uma vez que se trata de uma área de difícil intervenção.
Cada vez mais, assiste-se ao fenómeno de “hospitalização da morte” e a uma distanciação, por parte da sociedade, face aos problemas do final de vida. Isso deve-se, muitas vezes, à falta de conhecimento/apoio no acompanhamento ao utente em fim de vida e à morte ser considerada como um “tabu”, um fracasso (APCP, 2006).
A nossa experiencia profissional tem-nos demonstrado como é difícil e complexo prestar cuidados ao doente em fim de vida, bem como apoiar os seus familiares, de forma a satisfazer as necessidades por eles sentidas. Até agora, tanto os cuidados de saúde primários como os diferenciados estão direccionados para um atendimento activo e altamente sofisticado para tratar doenças, não oferecendo, estruturas físicas que facilitem o acompanhamento global a doentes na fase final da vida, para que a possam viver com dignidade e qualidade.
Cada pessoa tem uma individualidade muito própria, é um ser único, especial, tem experiências de vida complexas, um valor muito próprio para cada passo e acima de tudo, ela atribui à sua vida o seu próprio entendimento. Partilhamos o pensamento de Anjos (1996, citado por Pires 2001:87), de que “é necessário aplicar a atenção a essa pessoa, reflectir sobre ela e agir a seu favor”. Os enfermeiros devem ir ao encontro da pessoa e estabelecer uma relação terapêutica, reflectida e baseada na verdade e na evidência cientifica, nunca esquecendo os princípios éticos.
 O doente em fim de vida merece todo o respeito e disponibilidade para partilhar com os seus familiares e amigos, mínimos detalhes e pequenos gestos de ternura nos seus últimos momentos. O processo do acompanhamento ao doente em fim de vida requer uma filosofia de cuidar, ouvir, sentir e não somente aplicação de técnicas e/ou tratamentos sofisticados, pois frequentemente afirma-se “já não há nada a fazer”. No entanto, é indispensável ouvirmos o que o doente e a família têm para nos dizer, fruto das suas vivências, expectativas, medos, ansiedades perante a morte, tentando também escutar aquilo que não consegue revelar.
Sendo assim, os profissionais saúde deparam-se com a dificuldade de lidar com o sofrimento de doentes em fim de vida, bem como, junto dos seus familiares que nesta fase são considerados, simultaneamente, prestadores e receptores de cuidados. Qualquer intervenção que vá para além da cura ou prevenção da doença é um acompanhamento de carácter difícil, atendendo à globalidade do doente, uma vez que acarreta um conjunto de problemas não só físicos como psicossociais e espirituais. Nesta linha de pensamento, surge o conceito de cuidados paliativos.
Cuidados Paliativos são “Cuidados prestados a doentes em situação de intenso sofrimento, decorre de doença incurável em fase avançada e rapidamente progressiva, com o principal objectivo de promover, tanto quanto possível e até ao fim, o seu bem-estar e qualidade de vida. Os cuidados paliativos são cuidados activos, coordenados e globais, que incluem o apoio à família, prestados por equipas e unidades específicas de cuidados paliativos, em internamento ou no domicílio, segundo níveis de diferenciação” (DGS, 2005:10).
Da diferente literatura consultada, deparamo-nos com vários princípios dos Cuidados Paliativos. Segundo a OMS e da sua transposição para o Programa Nacional de Cuidados Paliativos (DGS, 2005:8) os mais relevantes são:
·        Afirmam a vida e encaram a morte como um processo natural;
·        Encaram a doença como uma causa de sofrimento a minorar;
·        Consideram que o doente vale por quem é e que vale até ao fim;
·        Reconhecem e aceitam em cada doente os seus próprios valores e prioridades;
·        Reconhecem que o sofrimento e o medo perante a morte são realidades humanas que podem ser médica e humanamente apoiadas;
·        Consideram que a fase final da vida pode encerrar momentos de reconciliação e de crescimento pessoal;
·        Assentam na concepção central de que não se pode dispor da vida do ser humano, pelo que não se antecipa nem se atrasa a morte, repudiando a eutanásia, o suicídio assistido e a futilidade diagnóstica e terapêutica;
·        Abordam de uma forma integrada o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual do doente;
·        São baseados no acompanhamento, na humanidade, na compaixão, na disponibilidade e no rigor científico;
·        Centram-se na procura do bem-estar do doente, ajudando-o a viver tão intensamente quanto possível até ao fim;
·        Só são prestados quando o doente e a família os aceitam;
·        Respeitam o direito do doente escolher o local onde deseja viver e ser acompanhado no final de vida;
·        São baseados na diferenciação e na interdisciplinaridade.
Neste sentido, os cuidados destinam-se a pessoas que apresentem, cumulativamente ausência de tratamento curativo, rápida progressão da doença, expectativa de vida limitada, sofrimento intenso, múltiplos e complexos problemas e necessidades de difícil resolução que exigem apoio específico, organizado e interdisciplinar. Não são determinados pelo diagnóstico, mas pela situação e pelas necessidades do utente e da sua família (DGS, 2005). Os Cuidados Paliativos dirigem-se, mais frequentemente, a utentes que apresentam doenças do foro oncológico, SIDA em estádio avançado, insuficiências de órgão avançadas (cardíaca, respiratória, hepática, renal), doenças neurológicas degenerativas e graves, AVC´s e demências em estádio muito avançado. A complexidade dessas doenças têm um grande impacto sócio-familiar de difícil resolução quer em cuidados de saúde primários quer em cuidados de saúde diferenciados (APCP, 2006).
Assim sendo, os Cuidados Paliativos assentam nos seguintes componentes centrais (Neto, 2010):
·        Alívio de sintomas - controle dos sintomas que os utentes apresentam através da utilização de medidas farmacológicas e não-farmacológicas;
·        Apoio psicológico, emocional e espiritual – comunicação adequada com o utente e a sua família, utilizando estratégias para a promoção da sua dignidade;
·        Apoio à família e no luto - detectar os seus problemas, as suas necessidades e mobilizar as suas mais-valias, ajudando-a com as perdas, antes e após a morte do utente;
·        Interdisciplinaridade - integrar o trabalho dos diferentes profissionais e voluntários, todos com formação específica na área, para dar resposta às múltiplas necessidades dos utentes e das suas famílias.
Em suma, esta perspectiva do cuidar vem trazer uma mais-valia no cuidar global e holístico centrado no utente e família, por uma equipa interdisciplinar, indo ao encontro da autonomia, dignidade, conforto e qualidade de vida da pessoa humana, permitindo, assim, a manutenção dos seus valores culturais e a sua filosofia de vida.
Para nós, enfermeiros, acompanhar a pessoa em fim de vida é um desafio que favorece o nosso crescimento pessoal, uma vez que “ganhamos vida” com a sabedoria e a experiência que nos é transmitida pelos utentes de quem cuidamos, aprendendo a valorizar cada momento do dia-a-dia. A nível profissional contribui para a melhoria da qualidade da nossa prestação de cuidados, pois adquirimos conhecimentos científicos rigorosos e profundamente humanizados que nos tornam capazes de ajudar a dignificar o fim de vida e a desmistificar tabu da morte. O número de pessoas a necessitar de Cuidados Paliativos é crescente, como tal é indispensável da nossa parte ter um papel activo na mudança da sociedade tornando-a mais solidária, avançada e informada para que possa reclamar adequadamente este tipo de cuidados, dando a mesma atenção e valor aos que se despedem da vida, assim como aos que a iniciam.

                                                         Os Alunos da PGCP da ESEAH-UAC

BIBLIOGRAFIA
·        APCP (Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos), (2006) [em linha], disponível em <http://www.apcp.com.pt/>, [consultado em: 2 de Dezembro de 2010];
·        DGS (Direcção Geral da Saúde) (2005), Programa Nacional de Cuidados Paliativos, Lisboa;
·        NETO, I. (2010), Cuidados Paliativos – Testemunhos, Lisboa, Alêtheia Editores;
·        PEREIRA, E. (2008), “Interacção com o doente terminal - Relação Médico-doente”, in Paliação em Gastrenterologia, Núcleo de Gastrenterologia dos Hospitais Distritais, Janssen- Cilag, pp. 163-171;
·        PIRES, A. (2001), “Cuidar em fim-de-vida: Aspectos Éticos”, in Cadernos de Bioética, nº25, Abril 2001, pp.85-93.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Fruto de bibliografia consultada


Reflexão 
Livro de José Luís Peixoto – Título “Morreste-me”

Ler o livro “Morreste-me” do conceituado escritor José Luís Peixoto fez-me reportar para um mais longínquo, mas sempre presente, período da minha vida, para as minhas próprias vivências como mulher, como profissional de saúde (que já era na altura) e essencialmente como filha de um Pai, sentido e classificado por mim como o ”alicerce da minha existência”. No que respeita a valores, era possuidor de um sentido de justiça inigualável. Perante as tomadas de decisões mais difíceis, lá estava ele a defender o que estava certo, ponderando e escutando todas as partes intervenientes. Nas mais variadas situações da vida, nos momentos mais críticos, tinha um senso fora do comum.
Esta referência, esta pessoa estava “à beira de morrer”…. E…morreu.
Este passado, mais ou menos recente da minha vida, que nunca esquecerei, para muitos é absolutamente comum e também já o vivenciaram mas, sinto-o, não como eu… Cada pessoa, perante uma situação idêntica, reage sempre de maneira diferente ou não teríamos, cada um, a nossa própria e única impressão digital. Para outros, há situações da vida que preferem nem falar, deixar à margem, alheios à realidade dos factos
Há que tomar consciência! Todos nós um dia havemos de morrer!
A frase “nunca esquecerei”, várias vezes referida pelo autor, só por si, daria para um título e um consequente livro, provavelmente uma história, baseada em casos verídicos que gostaria um dia de contar.
As coisas, os ensinamentos da vida que o meu pai me deixou, nem que fosse através de um olhar, de um gesto, da lembrança de um acontecimento remoto...”nunca esquecerei”…”Nunca esquecerei”, Pai, toda a ternura todo o Amor que me dedicaste, enquanto viveste. Valores tão básicos e fáceis de referir mas tão difíceis de transmitir como: Amor, Justiça, Partilha, Solidariedade, Amizade, Generosidade, Ajuda ao próximo.
Conseguiste! Conseguiste transmitir e educar-me nesta panóplia de sentimentos, vivências e aprendizagens que me motivam a viver e que são, os pilares da minha vida. Até hoje, e enquanto viver, este reconhecimento e esta herança serão eternos… Sim, eternos, enquanto fores lembrado por aqueles que em comum viveram contigo e pelos descendentes cujo teu nome e valores que defendias… serão sempre apontados, referenciados e aplicados no dia-a-dia dessas pessoas. Aí sim, enquanto fores recordado, nunca morrerás para mim! És a luz que acompanha os meus actos, que me indica o caminho a seguir quando desorientada, indecisa.
Tudo são resquícios de uma memória que quero sempre homenagear.
Sinto que hoje percorro os caminhos de meu Pai. Ando, corro, perco-me, encontro-me e volto. Volto a ti, àquilo que me ensinaste. Pai, a tua vida, os teus ideais, as tuas memórias não se resumiram, não se acabaram, não se enterraram naquelas quatro tábuas de um caixão lindo, coberto de flores, lançado à terra fria e húmida de um triste Dia de Reis de Janeiro.
É impossível que morreste! Foi apenas uma passagem, um dia! Porque continuas em mim…“Deste-me o que tenho. Construíste-me e construíste esperança no que tocaste” (Peixoto, 2009:33). Recordações não cabem no espaço longo que vai da terra ao céu, que é onde tu estás. Pai!
Sinto também “o negro da tua falta” Peixoto (2009:37) no teu lugar à mesa, na cama onde dormias com a minha mãe onde, tantas vezes, aninhava-me junto de vocês passando os serões a conversar, sei lá o quê.
O livro fez-me reviver, momentos simples que passámos, pequenas lembranças, gestos, gostos, pequenos nadas que se tornaram tão grandes, tão fortes em mim, aquando da tua morte, e que perduram até hoje. A certeza de que resolveste tudo em ti, estando bem com os outros, faz-me descansar e aceitar a tua morte como um facto natural da vida. A partir daí, tudo o que faço, o que crio, o que construo é em tua memória!

PS: No passado dia 5 de Janeiro perfez 16 anos que o meu Pai faleceu de “ neoplasia do esófago” fulminante. Foi internado para efectuar, uma série de exames para confirmação de diagnóstico e pereceu ao 3º dia de internamento, na minha presença ao pegar-lhe na mão.

Angra do Heroísmo, 10 de Janeiro de 2011
  

 Helena Gouveia, Aluna no Curso de PGCP na ESEnfAH-UAC

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cuidados paliativos inspiram tertúlia

O grupo de formandos do Curso de Pós Graduação de Cuidados Paliativos da Escola Superior de Enfermagem de Angra do Heroísmo organiza uma tertúlia sob o tema: À conversa sobre cuidados paliativos: o que fazer quando dizem: «já não há nada a fazer!».

O evento irá realizar-se no Hotel Terceira Mar no dia 4 de Janeiro, pelas 20h30m.
A iniciativa, aberta à participação de todos os interessados, surge  na perspectiva de “cuidar melhor”, de acordo com a organização